Interagir com a Escrita
"- Agora pomos ponto final. Já temos uma frase. Olha esquecemo-nos de pôr vírgula em Era uma vez.
- Ah, esqueci-me do r em jardim."
A conversa passa-se em tempo de trabalho autónomo numa sala do 1ºano. Dois alunos escrevem um texto a pares, outro escreve com o apoio da professora que o vai questionando para construir o texto e ajudar na ortografia.
Uma aluna chama de outro espaço da sala onde está no computador:
Uma aluna chama de outro espaço da sala onde está no computador:
"- Ó professora, já escrevi esta palavra 3 vezes e dá sempre erro.
- europa está certo. Deve ser com E, letra maiúscula.
- O que estás a fazer no quadro?
- Estou a escrever para ajudar a N.
- Nós queremos o texto da Margarida. Queremos fazer o texto como o fim do texto dela.
De manhã em tempo colectivo:
- Os presidentes não chamam para os textos? Eu tenho um texto para ler.
- Quem tem texto?
- Eu tenho dois. Posso ler?
- Eu e a L. temos.
- Hoje é o texto do P. para trabalhar."
- europa está certo. Deve ser com E, letra maiúscula.
- O que estás a fazer no quadro?
- Estou a escrever para ajudar a N.
- Nós queremos o texto da Margarida. Queremos fazer o texto como o fim do texto dela.
De manhã em tempo colectivo:
- Os presidentes não chamam para os textos? Eu tenho um texto para ler.
- Quem tem texto?
- Eu tenho dois. Posso ler?
- Eu e a L. temos.
- Hoje é o texto do P. para trabalhar."
Actualmente, muitas crianças, quando entram na escola já sabem muito da escrita e da leitura. Folhearam livros, ouviram ler livros, leram as imagens dos livros, ouviram histórias na televisão, viram escrita nos supermercados, nas marcas de cereais, nos jogos, nos brinquedos. A maioria frequentou o jardim-de-infância onde se tem vindo a desenvolver, de forma mais sistemática, um trabalho de abordagem à escrita e à leitura. Muitas identificam letras, o nome, alguns nomes de amigos, de brinquedos. Até sabem palavras que não são do vocabulário comum de muitos adultos. Só recentemente aprendi a palavra Gormiti. Foi um aluno que me escreveu.
Se eles já sabem da funcionalidade da escrita, é necessário promover situações que facilitem um processo interactivo de aprendizagem da escrita e da leitura, isto é, é necessário descobrir a escrita, globalizar palavras, fazer análise, construir outras palavras com sílabas conhecidas, construir e desconstruir a escrita.
A escrita existe como forma de comunicação pelo que, não faz sentido aprendê-la apenas como o domínio de uma técnica. Sabe-se a técnica mas, nem sempre se sabe comunicar pela escrita. Assim, as interacções em sala de aula facilitam o processo de aprendizagem da escrita e da leitura. Discute-se o que se quer escrever e como se escreve. Escreve-se para ler à turma, para trabalhar no grupo. Escreve-se para comunicar logo, escreve-se o que faz sentido enquanto se aprende a técnica.
Neste processo interactivo de aprendizagem da escrita e da leitura, parte-se do que os alunos dizem, das suas vivências, do oral para o escrito. Em pouco tempo há muitas palavras globalizadas, muito suporte escrito que é utilizado para construir outros textos e descobrir palavras, sílabas, letras, o que é igual, o que se lê se se mudar, apagar, acrescentar letras e sílabas. É a fase das “descobertas” que tanto entusiasma os alunos.
Se eles já sabem da funcionalidade da escrita, é necessário promover situações que facilitem um processo interactivo de aprendizagem da escrita e da leitura, isto é, é necessário descobrir a escrita, globalizar palavras, fazer análise, construir outras palavras com sílabas conhecidas, construir e desconstruir a escrita.
A escrita existe como forma de comunicação pelo que, não faz sentido aprendê-la apenas como o domínio de uma técnica. Sabe-se a técnica mas, nem sempre se sabe comunicar pela escrita. Assim, as interacções em sala de aula facilitam o processo de aprendizagem da escrita e da leitura. Discute-se o que se quer escrever e como se escreve. Escreve-se para ler à turma, para trabalhar no grupo. Escreve-se para comunicar logo, escreve-se o que faz sentido enquanto se aprende a técnica.
Neste processo interactivo de aprendizagem da escrita e da leitura, parte-se do que os alunos dizem, das suas vivências, do oral para o escrito. Em pouco tempo há muitas palavras globalizadas, muito suporte escrito que é utilizado para construir outros textos e descobrir palavras, sílabas, letras, o que é igual, o que se lê se se mudar, apagar, acrescentar letras e sílabas. É a fase das “descobertas” que tanto entusiasma os alunos.
Exemplo de descobertas num texto trabalhado em colectivo:
Os Amigos
Era uma vez, quatro amigos: um morcego, um elefante, uma gata e uma avestruz.
Eles foram fazer um piquenique na floresta.
Depois do piquenique foram ao parque da cidade e voltaram para casa.
Eles foram fazer um piquenique na floresta.
Depois do piquenique foram ao parque da cidade e voltaram para casa.
Sara
Identificadas globalmente algumas palavras e, apesar de vários alunos saberem ler integralmente o texto continuam entusiasmados em dizer as suas “descobertas.
Destaco algumas:
Destaco algumas:
"Em elefante há ele.
avestruz – se apagarmos o a e stru fica vez.
fo é um bocadinho de foi.
Piquenique tem duas vezes que.
Em morcego se apagarmos cego e mudarmos o o para fica mar.
Se pagarmos cego e pusermos a fica amor.
Se apagarmos mor fica cego.
floresta- se apagarmos ta fica flores.
- Professora hoje é dia de Oficina de Escrita."
É com muito prazer que me identifico com a tua forma de ensinar. O ponto de partida das vivências sociais que envolveram os alunos até aqui é, para além de outras, uma plataforma de partida essencial explorar nas aprendizagens. Os alunos serão, no futuro, uma continuação da sociedade em que estão inseridos. Se a interacção social, na sala de aula, comportar este espírito que se encontra subjacente no teu post, será um sucesso na iniciação à leitura.
ResponderEliminar